quarta-feira, 24 de outubro de 2012

EU SOU CONTRA A ADOÇÃO POR CASAIS HOMOSSEXUAIS

EU SOU CONTRA A ADOÇÃO POR CASAIS HOMOSSEXUAIS

Por ERNANI SPAGNUOLO.


Fernando Pessoa, um dos meus preferidos certa vez escreveu: “O amor é que é essencial. O sexo é só um acidente. Pode ser igual ou diferente”.

A união homoafetiva não tem previsão na legislação brasileira, bem como não há vedação.

Instado a se manifestar através da Ação Direta de Inscontitucionalidade (ADI) 4277e a Ação de Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 132 o Supremo Tribunal Federal reconheceu por unanimidade a União Homoafetiva como entidade familiar, conferindo-lhe todos os efeitos jurídicos previstos para União Estável.

Acredito que em razão da liberdade de pensamento que vivenciamos nesse século XXI, essa decisão do Supremo se adéqua perfeitamente a realidade do povo brasileiro.

Após muitos anos de repressão moral e algumas vezes até mesmo físicas, os homossexuais atualmente se sentem mais a vontade de assumir sua sexualidade frente à família e a sociedade.

Apesar de ainda enfrentarem certos problemas, é fato que as coisas são bem diferentes do que eram há alguns anos.

Primeiro conquistaram o respeito da maioria da população através de inúmeros movimentos de conscientização que acabaram por se tornar eventos internacionais tal qual a parada gay de São Paulo.

Nada mais justo do que o próximo passo fosse o reconhecimento dos demais direitos a que fazem jus. Dentre eles, o da adoção.

É notória a quantidade de crianças vivendo em situação de abandono ou mesmo em situações precárias nos diversos lares de adoção que existem espalhados pelo País.

É mais certo ainda que um casal homossexual pode e poderia criar um filho tão bem e, às vezes até melhor do que um casal heterossexual.

Porém, na minha opinião, a base de uma sociedade moderna é a família tal qual foi instituída há quase dois mil anos.

Sem entrar em qualquer discussão religiosa, mesmo porque não acredito que alguém vá para o inferno só por ser homossexual, a adoção de uma criança de terna idade por um casal homossexual acaba por retirar daquela criança o seu direito de escolha em relação a sua própria sexualidade.

Não sei se alguém nasce gay ou se vira gay no decorrer da vida. O que eu sei é que uma criança começa a desenvolver sua sexualidade por volta dos 12 anos. Sendo que o termo “sexualidade” nos remete a um universo onde tudo é relativo, pessoal e muitas vezes paradoxal.

Pode-se dizer que é característica mais íntima do ser humano e como tal, se manifesta diferentemente em cada indivíduo de acordo com a realidade e as experiências que o mesmo vivencia

No caso de uma criança criada por pais heterossexuais, a criança tem a oportunidade de descobrir ou mesmo escolher de qual sexo gosta. Enquanto uma criança criada por pais homossexuais cresceria achando tudo muito normal.

Seria criada, obviamente, com a liberdade necessária para que pudesse escolher. Mas essa escolha já estaria definida haja vista que estamos lidando com seres humanos que nada mais são do que o produto do meio em que vivem.

Razão pela qual, ao meu ver, seria injusto sujeitar tais crianças a "experiências formadoras" diversas daquelas que comprovadamente mantiveram a sociedade organizada até então.

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